quarta-feira, 30 de abril de 2008

E o Brazil, como vai?... Sei lá, né Zé?


Investment Grade




Dia lindo, maravilhoso... quem comprou se deu bem... quem não comprou não ganhou nada, mas também não perdeu(somente oportunidades).

O dia foi tenso no maior período do dia. Todos esperaram relatórios, balanços, notícias e eis que> Tcharan. Brasil ganha o gráu de investimento, corte do júros de 0,25% e no final do dia, Brasil se torna notícia, se torna um alvo, se torna algo sério.

O rating do Brasil em moeda estrangeira passou a ser BBB- (antes era BB+), sendo assim, incluída no grupo classificado como grau de investimento.

Hoje, dia 30 de abril, a Standard & Poor's elevou a classificação de crédito SOBERANO em divisa estrangeira. Essa classificação é considerável estável para longo prazo. O Brasil é a 14ª nação a ter sua dívida denominada em divisas estrangeiras elevada à classificação de investimento. Mas afinal, o que se reflete isso?

Isso é fruto do amadurecimento das instituições, estrutura política, redução de carga fiscal (AONDE ISSO?) e da tal dívida externa, melhorando assim, as perspectivas de crescimento.

A S&P apresentou os seguintes pontos positivos do Brasil referente ao crédito:

  • Um histórico de continuidade política, em meio a transições de poder, sob um regime de metas inflacionárias e de câmbio flutuante;
  • Dívida externa líquida inferior a 10% das CAR; e
  • Um perfil de dívida governamental cada vez mais alinhado às dívidas soberanas com classificação baixa de investimento.

Os pontos fracos do crédito soberano são:

  • Uma grande dívida líquida e carga de juros, para o governo;
  • Inflexibilidade orçamentária em meio a gastos correntes altos; e
  • Obstáculos estruturais que mantêm o investimento e o crescimento abaixo dos de outras economias de mercado emergente.
Outro fator importante e fundamental para que o Brasil viesse receber tal "título", foi devido às instituições sérias e competentes que ajudaram a estabilizar a macroeconomia do Brasil.

Segundo a S&P:

O banco central operacionalmente independente do país -um ponto forte institucional para a avaliação de crédito soberano brasileira- deu início a um ciclo antecipatório de aperto da política monetária. Isso contrasta com a ausência de medidas políticas corretivas e com as pressões inflacionárias descontroladas em outros países com classificação inferior. A inflação mostrou tendência de alta no Brasil, não só pelas pressões mundiais sobre os preços dos alimentos e energia mas também devido à robusta demanda interna. Uma rápida redução no diferencial de produção ajudou a elevar a inflação anualizada a 4,7% em março de 2008, ante 4,5% em dezembro de 2007 e 3,1% em dezembro de 2006. A inflação nos preços ao consumidor foi projetada em cerca de 5% em 2008/9, dadas as medidas políticas proativas do banco central.

Os indicadores externos brasileiros, no passado uma séria deficiência de crédito, estão no geral alinhados aos países de classificação investimento baixa. O investimento estrangeiro direto, diversificado em termos de tamanho e destinação, é atraído para o Brasil devido à sua perspectiva de crescimento amadurecido. Depois de atingir o recorde de US$ 34,6 bilhões em 2007, ele mantém ritmo robusto em 2008 e deve bastar para cobrir o déficit de US$ 20 bilhões em conta corrente previsto para 2008.

A política fiscal e os indicadores são as maiores fraquezas de crédito do Brasil. A dívida líquida geral do governo equivalia a 47% do Produto Interno Bruto (PIB) --incluindo 7% do PIB em operações de recompra do banco central-- no final de 2007, e é superior à de muitos países classificados de maneira semelhante e à média de 20% do PIB dos países "BBB". Para atenuar essa pesada carga de dívidas, a Standard & Poor's espera que a política fiscal se mantenha compatível com um histórico de quase 10 anos no cumprimento das metas fiscais estabelecidas, e que o governo continue a melhorar a composição de sua dívida. Esses desfechos, somados a uma fundação mais firme para o crescimento, sustentam um declínio lento e modesto da carga de dívidas brasileira relativamente elevada.

A perspectiva estável pondera o alto endividamento do governo brasileiro, de um, lado, e perspectivas econômicas em amadurecimento e um baixo endividamento internacional, no pólo oposto. Uma melhora na situação de crédito pode derivar de um declínio mais pronunciado na dívida e desequilíbrio fiscal do governo. Medidas políticas para reduzir o nível e a rigidez dos atuais gastos do governo reforçariam a posição fiscal brasileira e facilitariam novos declínios nas taxas reais de juros, com implicações positivas para o crescimento e o investimento. A aprovação de reformas tributárias ou da previdência -que não é esperada pela Standard & Poor's no horizonte de tempo avaliado- seria um choque positivo para a confiança e contribuiria para uma posição de crédito ainda melhor. Por outro lado, se o compromisso deste ou de futuros governos para com políticas fiscais e monetárias pragmáticas se reduzir, se revezes políticos que prejudiquem o clima de investimento ocorrerem, ou se o governo não conseguir reagir adequadamente a choques imprevistos, pode haver pressão por uma redução na classificação.

Ou seja.. O Brasil só não está melhor, graças ao governo e suas dívidas... mas caso esse cenário venha ser alterado, Brasil se tornará uma referência mundial (eu acredito). Brasil teve sorte devido às empresas sérias do país e se não fosse por elas, estaríriamos passando por um momento super delicado...


Enfim... boa sorte para todos nós

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