Exclusivo – O banqueiro Daniel Dantas acaba de telefonar para um senador da base aliada para reclamar da "sacanagem que foi feita contra ele". Dantas ameaçou que, se não houver um relaxamento da sua prisão até hoje, vai “deixar vazar na imprensa” as contas secretas de vários senadores e deputados, com a intermediação do megainvestidor Naji Nahas, também preso. Dantas reclamou que toda a operação da Oi com a Brasil Telecom foi feita com ordens de cima, com toda anuência do Palácio do Planalto.
Brasília é um alvoroço tremendo. Dantas tem metade dos senadores nas mãos. Grande parte do Congresso também. Mas quem se apavora mesmo é o Palácio do Planalto. A sorte é que o chefão Lula, estrategicamente, está no Japão, ma lorota do G-8. A base alada também se assustou porque as informações privilegiadas para a operação Satiagraha, que investiga desdobramentos do escândalo do mensalão, vieram de autoridades norte-americanas. Mais precisamente do Federal Reserve. Tudo porque o Citicorp também estaria envolvido.
Outro escândalo prestes a estourar – como o Alerta Total já antecipou – é o vazamento de informações da Nova Bolsa (Bovespa BM&F), por uma falha de segurança no sistema de informática. As informações são “hackeadas” no sistema de dados antes de serem lançados no painel da Bolsa. As informações sigilosas e privilegiadas são segredos de corretoras. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) já investiga o caso, em sigilo, com a Polícia Federal.
A Operação Satiagraha - que hoje prendeu ilustres como Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity, o especulador Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta - começou há quatro anos com investigações sobre o Mensalão. A partir de documentos enviados pelo Supremo Tribunal Federal para a Procuradoria da República no Estado de São Paulo, foi aberto um processo na 2ª Vara Criminal Federal. Na apuração foram identificadas pessoas e empresas beneficiadas no esquema montado pelo empresário Marcos Valério para intermediar.
Naji Nahas é um empresário e investidor financeiro brasileiro nascido no Líbano. Chegou ao Brasil no começo da década de 70 com cinqüenta milhões de dólares para investir e montou um conglomerado de empresas que incluía fábricas, fazendas de produção de coelhos, banco, seguradora e outros. Tornou-se nacionalmente conhecido depois de ter sido acusado como responsável pela quebra da bolsa de valores do Rio de Janeiro em 1989.
De acordo com reportagem da revista Veja , Nahas tomava emprestado de bancos e aplicava na bolsa, fazendo negócios consigo mesmo por meio de laranjas e corretores, inflando as cotações. Ante grandes valorizações de ações, os bancos pararam de lhe emprestar, causando quebra em cascata na bolsa do Rio, que nunca se recuperou totalmente. Após todos os processos referentes a este caso terem sido julgados, foi absolvido de todas as acusações.
A acusação que pesou contra Nahas arguia que a quebra da bolsa se deu devido a utilização de empréstimo de ações, pagas com empréstimos em bancos (entretanto negociava as ações (a pagar em D+N) e vendidas antes de pagá-las a um preço mais interessante. Este era um mecanismo corrente na época, utilizado por inúmeros grandes investidores. A quebra teria se dado devido ao corte nos financiamentos costumeiramente concedidos ao investidor, orquestrado pelo então presidente do Conselho Administrativo da Bovespa, Eduardo Rocha Azevedo, o "coxa", para quebrar a Bolsa do Rio de Janeiro por meio da quebra do maior investidor pessoa física do País.
Segundo Nahas, a crise das bolsas de 1989 ocorreu por uma mudança nas regras de negociações de ações, mudança feita de maneira arbitrária e imediata pelo presidente da Bolsa, sob influência de investidores importantes que disputavam com Nahas posições de investimentos. Esta opinião foi compartilhada na época por vários economistas de peso como Delfim Netto, Mário Henrique Simonsen e outros que testemunharam a favor de Naji Nahas. Após poucas semanas, a bolsa voltou aos níveis anteriores à quebra, provando, segundo estes economistas, que tudo não passou de uma grande manipulação do mercado. Segundo a revista ISTOÉ Dinheiro, Nahas foi inocentado deste processo em 2004 .
A Polícia Federal prendeu, por ordem decretada pelo juiz federal Fausto de Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo especializada em crimes financeiros e lavagem de dinheiro, no dia 8 de julho de 2008, o empresário Naji Nahas numa operação denominada Satiagraha (palavra que significa resistência pacífica e silenciosa) que investiga desdobramentos do caso mensalão. Nahas foi preso em sua residência na manhã do dia 8. Segundo os advogados dos acusados a prisão seria "arbitrária e desnecessária"Na Operação Satiagraha, executada nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e em Brasília, foram presos além de Nahas o banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity, sua irmã Verônica e seu ex-cunhado e dirigente do OPP, Carlos Rodenburg, o diretor Arthur de Carvalho, o presidente do grupo Opportunity, Dório Ferman, a diretora jurídica Daniele Silbergleid Ninio; a advogada Maria Amália Coutrim; e o funcionário Rodrigo Bhering e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta
De acordo com a Polícia Federal essas prisões são o resultado de investigações iniciadas há cerca de quatro anos, e a operação Satiagraha é um desdobramento das investigações do escândalo do mensalão. O procurador da República Rodrigo de Grandis esclareceu que Daniel Dantas e Naji Nahas comandavam duas organizações distintas, porém ambas voltadas a crimes no mercado financeiro . Todos os que foram presos no Rio de Janeiro foram transferidos para São Paulo.
Essas investigações foram supervisionadas por um membro do Ministério Público Federal, que, de acordo com o artigo 129, inciso I, da Constituição brasileira, é o responsável pela decisão de ajuizar a ação penal pelos crimes apurados. A chamada Operação Satiagraha foi inteiramente acompanhada pelo procurador da República Rodrigo de Grandis.
Dez diretores do Banco Opportunity foram presos
Dez diretores do Banco Opportunity foram presos no dia 8 de julho de 2008 pela Polícia Federal, além de Daniel Dantas: Veronica Dantas, irmã de Dantas; Dório Ferman, um dos mais antigos colaboradores do banqueiro e que cuidava do asset do Opportunity; Maria Amália Coutrim, diretora do banco e que trabalha há mais de dez anos com Dantas; Itamar Benigno, também diretor do banco e Norberto Tomaz, que durante o processo de briga pela BrasilTelecom fazia lobby pró-Dantas. Todos estão sendo transferidos do Rio de Janeiro para São Paulo.
O esquema criminoso
Baseados em informações e em documentos obtidos por outras investigações da Polícia Federal, os investigadores apuraram a existência de uma organização criminosa, comandada pelo empresário Daniel Dantas, envolvida na prática de vários delitos, principalmente desvio de verbas públicas, utilizando empresas de fachada.
As investigações revelaram que havia uma segunda organização, comandado pelo investidor Naji Nahas, constituída por empresários e doleiros que atuavam no mercado financeiro para lavagem de dinheiro. Além perpetrar fraudes no mercado de capitais, baseadas na utilização - em proveito próprio - de informações sigilosas privilegiadas, a organização criminosa atuava também no mercado paralelo de moedas estrangeiras. Há indícios inclusive do recebimento de informações privilegiadas sobre a taxa de juros do Federal Reserve Bank. As duas organizações criminosas atuavam de forma interligada, com múltiplos níveis de poder e decisão.
Os presos são acusados pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção, evasão de divisas, sonegação fiscal e formação de quadrilha. Dantas também irá responder pelos crimes de espionagem e tentativa de corrupção do delegado federal Vitor Hugo Rodrigues Alves. O Ministério Público Federal acusa o banqueiro Daniel Dantas de tentar subornar o delegado federal Vitor Hugo Rodrigues Alves para que ele tirasse alguns nomes do inquérito da PF. Duas pessoas teriam, supostamente a mando de Dantas, oferecido US$ 1 milhão para um delegado. Uma delas, Hugo Chicaroni, já foi presa hoje durante a operação.
Outras acusações
Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity, foi preso pela Polícia Federal cerca de três meses depois de ter vendido suas participações na Brasil Telecom e Telemar (Oi) por cerca de 1 bilhão de dólares, num dos maiores negócios do mercado de telecomunicações brasileiro, tendo nesse negócio simultaneamente conseguido fazer um acordo com os fundos de pensão que o livrou de todos os processos então que existiam contra ele.
Dantas era réu numa ação penal decorrente da Operação Chacal, deflagrada pela PF em setembro de 2004. Na ocasião já estava sendo acusado de ter praticado os crimes de violação de sigilo de informação reservada e corrupção, através da empresa Kroll, para ter acesso a dados de pessoas e empresas em órgão públicos, os quais por determinação de lei são reservados (sigilosos).
CPI já indicava ligação de Dantas com 'Valerioduto',
Osmar Serraglio, relator da CPI do mensalão, declarou ao jornal O Estado de S. Paulo no dia 8 de julho de 2008 que no relatório final da CPI já incluiu elementos que indicavam supostas irregularidades cometidas por Dantas dentro do chamado esquema do Valerioduto - repasses de recursos a parlamentares e integrantes do governo e de empresas privadas em troca da liberação de recursos federais - montado pelo empresário Marcos Valério de Souza. Entretanto disse também que a CPI não consegui descobrir os elementos que envolviam Celso Pitta e Naji Nahas.
A defesa
O advogado Nélio Machado, que defende Daniel Dantas disse em entrevista à GloboNews, que a prisão de seu cliente pela Polícia Federal é "arbitrária e desnecessária" Machado disse que a ação da PF revela precipitação. "A PF mostra com isso que muitas das medidas que toma são anunciadas antes pela imprensa" (...). "Esse tipo de procedimento com estardalhaço vem sendo marca usada pela PF e fere mandamentos da constituição federal" (...) "Houve exagero da autoridade policial e é absolutamente imprescindível que os princípios básicos da constituição sejam seguidos." (...)"Hoje consumaram uma violência contra o meu cliente"., disse o advogado.
As acusações
Documentos sobre o caso mensalão enviados pelo Supremo Tribunal Federal à Procuradoria da República no Estado de São Paulo deram início às investigações da PF e do MP há quatro anos. Nessa apuração, as empresas Telemig e Amazônia Celular, que eram controladas pelo Banco Opportunity, apareceram como financiadoras do Valerioduto.
Escutas telefônicas e interceptação de dados autorizadas pela justiça levaram as investigações policiais aoao grupo de Dantas, que, segundo a PF "usava uma 'infinidade de empresas' de fachada para encobrir desvios de dinheiro público. O esquema de Dantas era tão complexo que nem ele sabia o volume de dinheiro que operava", afirmou o delegado Queiroz, que cooordenou a investigação.
Além de evasão e formação de quadrilha, o grupo de Dantas teria cometido os crimes de gestão fraudulenta, concessão de empréstimos vedados (empréstimos entre empresas do mesmo grupo) e corrupção ativa. Existem suspeitas de que recursos públicos oriundos das privatizações tenham sido enviados ilegalmente por Daniel Dantas ao exterior. A polícia estima que entre 1992 e 2004 o grupo girou mais de US$ 2 bilhões através do Opportunity Fund .
Fonte: Diversas.
3 comentários:
n abandona o blog....
tem mta gente que adora suas analises!
abraço
olá amigo,
sou blogueiro e estou tentando adicionar meu blog na comunidade da infomoney... mas tem uma maldita tag "content" que eles dizem que nao tenho no blog, mas nao faço ideia de qual content estao falando.. vc teve esse problema? poderia ajudar? Abraços e parabens pelo blog :)
ah... se puder me ajudar meu email é especuladorfinanceiro@gmail.com
abraços
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